quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

À procura do William...

HAMLET - Ser ou não ser... Eis a questão. Que é mais nobre para a alma: suportar os dardos e arremessos do fado sempre adverso, ou armar-se contra um mar de desventuras e dar-lhes fim tentando resistir-lhes? Morrer... dormir... mais nada... Imaginar que um sono põe remate aos sofrimentos do coração e aos golpes infinitos que constituem a natural herança da carne, é solução para almejar-se. Morrer... dormir... dormir... Talvez sonhar... É aí que bate o ponto. O não sabermos que sonhos poderá trazer o sono da morte, quando afim desenrolarmos toda a meada mortal, nos põe suspensos.

Assim diz o Príncipe na peça de William Shakespeare. Assim o direi eu, quando entrar na sua pele, quando me transformar no seu ser. Nesta peça serei quatro seres distintos, apanhados no meio de um turbilhão de textos de Shakespeare, William Shakespeare, todos misturados e formando juntos um só conjunto: Alonso ( d' A Tempestade - rei de Nápoles), Próspero ( d' A Tempestade - o legítimo Duque de Milão), Hipolito ( da Fedra [não é de Shakespeare, mas sim de Racine] - filho de Teseu, e de Antíope, Rainha das Amazonas), e Hamlet ( do Hamlet - um príncipe em busca de vingança).

E ser quatro pessoas numa peça, decorar 27 deixas, num total de 75 linhas (aproximadamente) vai ser um desafio para mim. É a terceira peça que vou representar na Animateatro. Muito provavelmente a mais desafiante, e sem dúvida a que tenho mais expectativas logo ao primeiro dia depois de ter recebido os textos.

Começa hoje a procura de William... vamos ver se o encontro.
 

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