terça-feira, 5 de outubro de 2010

Ah...

Ah, e esqueci-me de dizer uma coisa:

não é para mim que existe, é para todos.

domingo, 19 de setembro de 2010

Não me venham dizer por favor que Deus não existe, porque juro pela minha vida que para mim isso é tão ridículo como que viram um elefante voar por cima da vossa casa ontem de madrugada.

A prova? Sinto-o, vejo-o, é o meu melhor amigo. Não me venham com coisas, por favor.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

I'm going to Paris.







Isto tinha que ficar escrito.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ser tecto, parede, chão

Nunca tinha reparado, julgava, na união entre a parede o tecto. A partir de que ponto exacto passava a parede a ser tecto. Devia ser uma guerra disputada ao milímetro, entre cada partícula de cimento e tijolo, ambas querendo estar no cimo de uma divisão. Ser tecto é estar no topo. Ser parede é ter uma existência confinada à eternidade da constante ascensão. Ascender ser numa atingir. Ser tecto é ser observador, porque vê tudo de cima. Ser tecto é ser detective – vê as pessoas mas as pessoas não o vêem. As pessoas não o vêem porque dá muito trabalho olhar para cima, e fazer um ângulo recto com o pescoço. E porque, em geral, os tectos são todos iguais uns aos outros. Não têm decoração, ao contrário das paredes, o que os torna desinteressantes. Exceptuando os das igrejas, catedrais, museus, edifícios especiais, que fogem à regra, e para onde todos olham. Nesses locais, aponta-se para cima, e diz-se “Olha o tecto!”, e por um momento as pessoas olham, e o tecto é olhado. Não acham estranho olhar, mas se estivessem numa casa normal achariam. E… até que ponto um tecto branco não é mais bonito que um pintado? Nas artes modernas que começam a entrar em força nos museus existem quadros só brancos. Pendurados em paredes. Se calhar coisas em paredes são mais admiradas que coisas em tectos. É preciso pensar seriamente nesta diferença entre ser tecto e ser parede. E ser chão. Os tês estados da existência são ser tecto, parede, ou chão. É preciso saber-se ser tecto, parede, e chão.

excerto meu do capítulo XVIII da «Paris»

terça-feira, 4 de maio de 2010

Dezassete anos. Reflexão. Longe de Lugares-Comuns.

Mis amigos... desta vez não vim com as tretas de «o último dia com 16 anos», «aproveitar» e «saudades desta idade». Não. Passou mais um dia, não mais um ano. Acontece que o dígito na idade avançou um número. 17. Dezassete. Muitos falam desta idade como bons tempos, já vários hoje me disseram para a aproveitar. Fá-lo-ei, como sempre fiz na vida... jamais o meu objectivo foi estar-me a lixar e querer passar à frente. Não. Mesmo que inconscientemente estamos sempre a aproveitar, nas escolhas que fazemos.

Não queria entrar em discursos WHOOHOOO, que são bastante filosóficos, mas não levam a mais lado nenhum. Não. Estou contente por ter esta idade, estou contente com a minha vida, com as pessoas que chegam cá a casa. Fica sempre um vazio quando se vão embora, quando chega a hora de ir dormir. Oiço «gostámos muito deste bocadinho», vão embora, fico eu, fechadinho numa concha com o rótulo «17» e acordo com um mundo colorido à minha frente. Confirmo que nada mudou. Continua tudo bem.

Enquanto as manhãs forem assim, o meu mundo é feliz. Enquanto existirem manhãs, nasceres do sol, enquanto existirem sorrisos e aragens frescas num céu azul claro de Verão ou Inverno (mas sempre, sempre, com o sol à vista), há vontade de viver.

Viver. Dezassete anos. Não me venham com coisas de aproveitar. Todos o fizémos, de uma maneira ou de outra. Os meus dezassete são o meu presente, não o passado dos outros.

Até já. Tenho uma manhã sorridente à minha espera, quando sair da concha ao nascer do sol.

Obrigado meu Deus.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Sabem o que dá mesmo cabo de mim?

Vamos lá a ver se consigo chegar ao ponto que quero. As férias deixam-me um bocadinho em baixo. Se calhar é porque não sou pessoa de se ligar e desligar, e sim de manter sempre ligado. Ou desligado, conforme a prespectiva. É que, durante as aulas, existe um sistema. Um sistema mais ou menos equilibrado, em que me levanto, vou aprender coisas, almoço, aprendo mais coisas, venho para casa, descarregar de toda a aprendizagem (embora esta permaneça, figurativa, no interior da mente), janto, tenho uma ou duas missões a cumprir, deito-me. Cinco dias por semana. Os outros dois também quase não paro. Esse não parar ajuda-me. Porquê? Essa é que é uma questão que não consigo responder. Ponderei um pouco acerca dela no Lydo e Opinado há uns dias, mas não cheguei a nenhuma conclusão.

É que nas Férias levanto-me, fico a olhar para o dia, e embora tenha coisas que, lá no fundo, queira fazer, não me aparece vontade nenhuma. E, pior do que isso, disperso-me. Preciso de estar com mais gente, preciso de sair de casa, e faço-o pouco. Aqui em casa sou uma fera a andar às voltas na jaula, enervando-se, enchendo-se, e no fim descarrego em mim próprio. Como um ciclo vicioso de loucura. Podia sair, é verdade, podia andar até ao pôr-do-sol pela marginal, ouvindo a água. Mas chegava ao fim e pensava na mesma queo dia não tinha sido produtivo. Isso levanta nova questão: que tenho de fazer para achar o meu dia produtivo? Algumas coisas. Tenho de pelo menos umas vinte e cinco páginas. Tenho de escrever na Paris, 500 palavras que sejam. Tenho de compôr uma música. Ora ler, ainda se arranja. Escrever, tem dias. Compôr, é muito raro.

Faço o esforço de sair do computador, e logo me vejo nos braços de outro problema: e agora? Pego no livro. Não tenho vontade. Não tenho vontade de nada. Nem de voltar para a secretária onde estava. E agora? Quando me dá este pensamento, é quando caio na profundidade do abismo que para mim são as férias, principalmente aquelas em que estou em casa. Se fosse para a Costa, aí seria diferente. Mas a Costa só é boa no Verão. Em Agosto, ó lá estou em Agosto. Julho todo vai ser passado aqui em casa, e aqui em casa não consigo passar Julho todo. Embora ainda esteja longe. Hoje ainda é quarta-feira, ainda é Abril.

Apetece-me ser uma estrela do rock, neste preciso momento. Apetece-me ser maior do que sou, só neste momento. Agora já não. Agora já não quero tal coisa. Agora quero é estar em Nova Iorque, cercado por arranha-céus, com a esperança de, em algum dos andares, alguém esteja a olhar para mim. Agor ajá não. Agora apetece-me estar no Japão, lado a lado com uma rapariga oriental dos seus vinte anos, ensinando-lhe a falar português. Estranho, não é? Já não me apetece. Já não me apetece nada outra vez.

Já sei. Apetece-me que as férias acabem. Rápido. Dão cabo de mim.

Por isso por favor não me digam coisas como pobre e mal agradecido, aproveita enquanto és estudante, porque essa é a opinião de quem diz. OK, eu daqui a vinte anos posso estar também a dizer isso a um rapaz de dezasseis anos, «aproveita enquanto estás de férias porque» mas isso é daqui a vinte anos, e não agora. No fundo, isto é tudo um ciclo, em que vivemos, e só depois pensamos. E por mais que nos advirtam, não conseguimos pensar antes de viver. Só vou conseguir dar valor as férias quando já não as tiver. É impossível acontecer de outra forma.

domingo, 14 de março de 2010

Um fim de semana com o Senhor Deus.

Se calhar alguns de vocês estão fartos de ler coisas acerca de Deus neste blog. Pronto, cada um sabe de si, e pode sair já desta página da internet se assim o desejar. Este post é sobre Deus. Sem mais rodeios: este fim de semana fui a um retiro para jovens na Serra da Arrábida. Para quem não sabe, um retiro é um encontro, normalmente no meio de um ambiente natural, que pode durar de um a vários dias, e no qual - pelo menos neste contexto - tentamos descobrimo-nos, aos outros, e a Deus. Esse processo de descoberta, de reencontro, de parar para meditar na pergunta "Quem sou eu o que tenho feito no mundo lá fora?", ao mesmo tempo que medimos o peso das nossas acções, se somos úteis de alguma forma para os outros; tudo isto com a ajuda de Deus. Temos momentos de discussão de ideias, de silêncio, de adoração, de música, de alegria, de rir até cair para o lado, de comer, de dormir, etc. E uma grande vantagem: somos todos jovens. Todos na mesma fase da vida, todos a sentirem a mesma fé, todos jovens normalíssimos com a peculiaridade (que pena que a peculiaridade não seja o contrário) de acreditarmos em Deus, e professarmos a fé católica. É importante parar e pensar, reflectirmos, quem somos. Dividirmos o nosso pensamento em três planos: eu, os outros, e Deus. Se respeitarmos e compreendermos cada uma dessas três dimensões, então é um primeiro grande passo para uma pessoa ser feliz.

Tinha tanta coisa mais para falar mas tudo voou para longe. Adorei. Um experiência muito interessante: muita gente tem a ideia que a Igreja é para as pessoas idosas, para a avó que reza todos s dias o terço pela Rádio Renascensa. Ou que Igreja é antiquada, algo do passado, demasiado conservadora e pouco aberta às novas gerações. Quem diz isso deixa-se influenciar pelos media, e nitidamente não consegue, ou não está interessado, em descobrir a fé. A Igreja é viva, e é jovem. Quer acreditem quer não.

É importante parar de vez em quando para nos voltarmos a encontrar. Amo-te, Senhor Deus.
 

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