sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Divagações de um princípio de década

Hoje começou o ano. À meia-noite, como sempre. Bati com tampas de panelas, saltei, gritei, rebentei dois balões, e fiquei com energia para correr uma maratona inteira. Depois passou-me. Fiquei na conversa. Fui dormir três horas depois. Quando acordei de manhã senti que tinha uma nova década pela frente, e que daqui a 10 anos muita coisa da minha vida ia ser decidida. Genial. Que pensamento fútil, é o que todos pensam. Se eu pensasse em pudins, por exemplo, seria muito mais interessante. Pudins. Eu pessoalmente não gosto de pudins. Nem do sabor, nem do aspecto. Acho-os moles, é tipo gelatina opaca. Mas por acaso gelatina já gosto - de morango, então, sou quase viciado. E se, nesta próxima década, eu passar a gostar de pudins. Ia surpreender-me a mim mesmo, isso seria certo. Hmhm. Mais que certo. Quandos livros vou ler durante os próximos 10 anos? Quantas pessoas vou conhecer? Quantas tristezas terei? Quantas palavras direi? Olhei, até rimei. E rimei outra vez. Alberto Caeiro, um dos heterónimos de Fernando Pessoa, diz que não gosta de rimas: porque na Natureza raramente se encontram duas árvores lado a lado que sejam iguais. Daí que, na poesia, os sons devem ser variados, devem fluir, sem ser planeados. Uma prespectiva, apenas, não um facto. Estas coisas têm muito de subjectivo... vêm, falar disto, divagar, partir dos pudins, passar pelas rimas, e terminar numa conclusão toda catatita e que vai ultrapassar certamente as cinco linhas, torna-se muito mais interessante do que entrar na onda de toda a gente, e desejarmos bom ano. Como se o simples desejo pudesse mudar alguma coisa. É hora de agir. Não é tempo de dizermos BOA SORTE PASSARES A ESTRADA, e depois assistirmos à pessoa ser atropelada. Não é tempo de dizermos DESEJO UM FELIZ NATAL e não dirigir mais nenhuma palavra a essa pessoa - que felicidade de Natal lhe estamos a dar? Apenas um desejo, queremos que alguém dê a felicidade por nós. Não, eu não vou desejar um bom ano. Mas se entrar nas vossas vidas durante 2010, podem crer que vou tentar contribuir para que de facto este ano seja bom. (Isto é só em teoria, para ficar épico num blog, porque depois na realidade é mais difícil de manter). E olhem: não é que a conclusão ultrapassou as 5 linhas? Ena.

Ok, pronto: bom ano.

1 comentários:

Andreia Veríssimo disse...

Vamos pensarem pudins, que é o que está na moda xD SÓ TU Pahhhhh

mas concordo contigo relativamente às pessoas a quem só se fala no Natal...

 

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