domingo, 21 de junho de 2009

Os Futurologistas da Ficção

[Ponte 25 de Abril em Lisboa, dia 15 de Junho de 2009 - eu sei que não tem nada a ver com o conteúdo do post, mas... sempre podemos tentar estabelecer uma qualquer comparação. já voz digo uma possível no fim do post.]

Enquanto leio «Mil Novecentos e Oitenta e Quatro», do genial George Orwell, não deixo de pensar nesse tipo de "profetas escritores" que cresceram bastante durante o século XX. Este tipo de futurologia na ficção, na qual nasceram os robots e as viagens à lua (que se vieram de facto a confirmar), mas também o apocalipse e a ausência dos sentimentos nos humanos... bem, a verdade é que estamos cada vez mais próximos desta última do que seria de esperar, mas pronto. Consideremos que ainda somos donos das nossas emoções.

Neste livro que já referi, entre muitas outras coisas da sociedade que o autor previu que estaria em vigor em 1984 (ele escreveu por volta de 1950), uma delas é a presença de câmeras de vigilância em tudo o quanto é sitio, sempre a vigiarem os nossos movimentos, tudo o que falamos é registado, para onde quer que vamos somos vistos de perto, como se as autoridades fossem uma sombra. Bem... isto acontece nos nossos dias, embora em menor escala. A verdade é que já temos demasiadas cãmeras a registarem tudo, o que nos pode parecer bom (porque nos habituámos e só vemos os lados positivos) mas que nos tira um pouco de liberdade, diga-se de passagem.

Há uns anos havia na televisão o tal concurso muito falado do Big Brother (concurso esse que derivou do conceito criado pelo próprio George Orwell no seu livro). Nesse programa, uma série de 12 concorrentes estavam fechados numa casa a serem sempre vigiados. Bem, acho que o Big Brother se alargou à sociedade em geral por todo o lado. Veja-se, por exemplo, o Google Earth. É um primeiro passo. Ou, ainda mais assustador, a vista de rua que o Google Maps oferece. Em Portugal ainda não está disponível, mas se nos mapas procurarem Paris e se aproximarem, deslocam o bonequinho cor de laranja para um ponto do mapa e vêm tudo a 360º à vossa volta, incluindo as pessoas que lá passavam naquele momento, de 50 em 50 metros. É assustador. Vejam por vocês mesmos carregando aqui (mas primeiro acabem de ler isto até ao fim).

Futurologistas da ficção - é claro que se baseiam em tendências da época para escreverem os seus romances e ensaios, por vezes elevando a suposta realidade a um expoente máximo, de forma a chocar mais. Mas a verdade é que muitos têm acertado... agora, cá ficamos à espera da verdadeira guerra das estrelas. E, já agora, do apocalipse - já não deve faltar muito. Até lá, podemos contentarmo-nos com os robots e as câmeras de vigilância.

[quanto ao resto da legenda prometida no início da... legenda... sempre podemos imaginar que coloquei aquela imagem porque a ponte também pode ter feito parte da futurologista de ficção que viveu algures no século XIII. isso nunca se sabe. mas sintam-se à vontade para estabelecerem ligações entre a ponte 25 de abril e o tema do post...]

3 comentários:

Patrícia disse...

Parece-me bom, esse livro. E pelo que já me conteste, é uma verdadeira ditadura, aí... no livro.
Desejo-te boa leitura no mesmo.

E é verdade, estamos a sewr vigiados muitas vezes, mas essas camâras só são vigiadas quando há problemas. Ou quase sempre.

Anónimo disse...

Tiago,estou a gostar deste espaço!
Muito mesmo.
O meu Filho e´Nora estão em trabalho.
Os meus pequeninos é q.acompanharam
os Pais e estão de Férias.
Beijo.
isa.

Patrícia disse...

Achei este post muito interessante. A quem tu chamas "Futurologista", eu chamo intelectual. São de facto esses grandes homens e mulheres, que eram a maior parte das vezes considerados loucos, que retrataram nas suas obras o que alguns bons anos depois se veio a realizar.
Quanto às câmaras... não me sinto nada à vontade e por mim elas não existiriam. Estar sob vigilância e retratar todos os momentos não é algo que eu goste.

Beijinhos Tiago=)
Patrícia

 

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